Perdi e tenho perdido muitas coisas, mas o que me pegou de surpresa hoje foi perceber que eu perdi a noção do tempo.
O tempo não tem simplesmente voado, ele tem desaparecido, não do meu relógio, mas da minha mente. As semanas começam e eu já tenho prazos para sexta. A sexta chega e cumpro os prazos, agradecendo aos céus pelo fim de semana tão próximo. Só que daí o fim de semana acaba, comigo já desejando que o próximo chegue logo. E ele chega, e tão rápido quanto chega, passa, e já é segunda-feira de novo, e tenho prazos para sexta, e quando vejo já é meu aniversário de novo.
Assim me lembro de 2010, bem como de muitos dos anos das últimas décadas. Quando paro pra listar os fatos, me deparo com um volume asfixiante de conflitos, tristezas, decepções e frustrações que insistem em se acumular de forma mostruosamente superior às conquistas e realizações. A cabeça perdida entre o paradoxo, questionando: se esse tempo passou tão rápido, como pode ter acontecido tanta coisa? Daí invento minhas histórias e as conto aqui, primeiro pra mim, depois pra vocês, e então pra mais ninguém.
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