domingo, 19 de agosto de 2007

Esfinges

Ok, começo a ter certeza de que vou ficar rouco pro resto da vida se continuar a passar as madrugadas dos fins de semana pelas ruas cheio de álcool nas idéias... Mas não deu pra evitar. Simplesmente tem sido assim. Fase? Pode ser (torneeeei-me um ééébrio, lá-lá-iá-lá-ri-lá-lá...). Bem, não vou falar do meu fim de semana inteiro, pois já escrevo demais, mas a sexta passada vale um relato.

Fui no Circo Voador mais uma vez (Deus abençoe a carteirinha de estudante). Rolou um pocket show de abertura do Rodrigo Santos, baixista do Barão Vermelho, que está lançando um disco solo com composições próprias. Mandou bem, pra mim soou melhor do que qualquer coisa que o Barão fez nos últimos 15 anos. É lógico que, no entanto, ele teve que tocar muitas músicas do Barão pra platéia, sabe como é...

Com uma produção bem caprichada, chegou o astro (?) da noite: Lobão. Devo admitir, o cara estava muitíssimo bem respaldado pela banda e um conjunto de violões de respeito. Acertou bastante no repertório, tocando seus sucessos (os de sempre), uma seqüência de Raul Seixas (as de sempre), e suas músicas mais recentes que tocam na Antena 1 e na JB FM. É, cara... Enquanto ele pegava um baseado ou outro com a platéia, eu mandava ver nas minhas cervejas. Cada um na sua, mas com alguma coisa em comum, afinal a maconha rola solta mesmo nos ares do Circo Voador, e se você está lá não importa muito sua vontade, você é um fumante passivo. Em certa altura do campeonato, descobre-se porque alguns acham que o Circo é voador (essa piada é velha).

Enquanto o Circo voava (hahaha, desculpe...), uma mulata com o cabelo do Sideshow Bob subiu no palco e pulou no colo do Lobão, que até o momento estava sentado em seu banquinho, tragando seus baseados e tocando seu violão conforme a idade lhe exige. Foi questão de segundos para que a moça tirasse a blusa e o sutiã, expondo e sacudindo um belo par de seios freneticamente. O pessoal do apoio de palco deixou a gente curtir aquele show dentro do show por um tempinho, até acharem que já tinha sido suficiente e retirarem a menina do palco. Pena. Alguém aí filmou aquilo?

O show prosseguiu, com direito a bis com “Corações Psicodélicos”, pretexto ideal para a subida de mais fãs e o retorno de nossa querida mulata exibida. Se tinha algo por trás daqueles fartos seios, com certeza era um coração psicodélico (você já esperava por esse trocadilho, né?). Destaque para o segurança que tentava retirar a moça do palco puxando-a por trás, sem muito sucesso, gerando um espetáculo literalmente circense de “homem-sorridente-agarrando-por-trás-mulata-saltitante-com-os-seios-de-fora-e-nem-era-carnaval”. Quem viu, riu.

Saímos de lá e fomos procurar um lugar pra encerrar a noite, comer alguma coisa, mas já passava das quatro da manhã, e todas as cozinhas estavam fechadas... Sei que não estávamos na mesma sintonia, mas eu queria beber um pouco mais, e não venha me criticar, quem quiser que tome leite, coca-cola ou suco de milho verde, eu mesmo pegaria mais leve se não fosse a má influência do meu chapa, o jacaré azul. Ele é maneiro, mas pega muito pesado. Vou mandar ele pro rehab junto com a Amy Winehouse.

Mas quer saber? Saldo: positivo. De tanto que andamos, passamos em frente a uma loja maçônica que tinha duas esfinges na entrada. Vai por mim, ver isso no breu das quatro da manhã é bizarro. Uma delas piscou pra mim e sorriu, na ida e na volta. Juro que não foi a bebida que me fez ver coisas. Pode perguntar pro jacaré azul, ele viu também.

Um comentário:

mario elva disse...

Acendi um fósforo perto desse post e quase explodiu. Enquanto você não acordar na sarjeta com um cachorro lambendo sua cara, tudo bem. Espero sinceramente que você não esteja dividindo sua cama com esse jacaré azul.