Ok, começo a ter certeza de que vou ficar rouco pro resto da vida se continuar a passar as madrugadas dos fins de semana pelas ruas cheio de álcool nas idéias... Mas não deu pra evitar. Simplesmente tem sido assim. Fase? Pode ser (torneeeei-me um ééébrio, lá-lá-iá-lá-ri-lá-lá...). Bem, não vou falar do meu fim de semana inteiro, pois já escrevo demais, mas a sexta passada vale um relato.
Fui no Circo Voador mais uma vez (Deus abençoe a carteirinha de estudante). Rolou um pocket show de abertura do Rodrigo Santos, baixista do Barão Vermelho, que está lançando um disco solo com composições próprias. Mandou bem, pra mim soou melhor do que qualquer coisa que o Barão fez nos últimos 15 anos. É lógico que, no entanto, ele teve que tocar muitas músicas do Barão pra platéia, sabe como é...
Com uma produção bem caprichada, chegou o astro (?) da noite: Lobão. Devo admitir, o cara estava muitíssimo bem respaldado pela banda e um conjunto de violões de respeito. Acertou bastante no repertório, tocando seus sucessos (os de sempre), uma seqüência de Raul Seixas (as de sempre), e suas músicas mais recentes que tocam na Antena 1 e na JB FM. É, cara... Enquanto ele pegava um baseado ou outro com a platéia, eu mandava ver nas minhas cervejas. Cada um na sua, mas com alguma coisa em comum, afinal a maconha rola solta mesmo nos ares do Circo Voador, e se você está lá não importa muito sua vontade, você é um fumante passivo. Em certa altura do campeonato, descobre-se porque alguns acham que o Circo é voador (essa piada é velha).
Enquanto o Circo voava (hahaha, desculpe...), uma mulata com o cabelo do Sideshow Bob subiu no palco e pulou no colo do Lobão, que até o momento estava sentado em seu banquinho, tragando seus baseados e tocando seu violão conforme a idade lhe exige. Foi questão de segundos para que a moça tirasse a blusa e o sutiã, expondo e sacudindo um belo par de seios freneticamente. O pessoal do apoio de palco deixou a gente curtir aquele show dentro do show por um tempinho, até acharem que já tinha sido suficiente e retirarem a menina do palco. Pena. Alguém aí filmou aquilo?
O show prosseguiu, com direito a bis com “Corações Psicodélicos”, pretexto ideal para a subida de mais fãs e o retorno de nossa querida mulata exibida. Se tinha algo por trás daqueles fartos seios, com certeza era um coração psicodélico (você já esperava por esse trocadilho, né?). Destaque para o segurança que tentava retirar a moça do palco puxando-a por trás, sem muito sucesso, gerando um espetáculo literalmente circense de “homem-sorridente-agarrando-por-trás-mulata-saltitante-com-os-seios-de-fora-e-nem-era-carnaval”. Quem viu, riu.
Saímos de lá e fomos procurar um lugar pra encerrar a noite, comer alguma coisa, mas já passava das quatro da manhã, e todas as cozinhas estavam fechadas... Sei que não estávamos na mesma sintonia, mas eu queria beber um pouco mais, e não venha me criticar, quem quiser que tome leite, coca-cola ou suco de milho verde, eu mesmo pegaria mais leve se não fosse a má influência do meu chapa, o jacaré azul. Ele é maneiro, mas pega muito pesado. Vou mandar ele pro rehab junto com a Amy Winehouse.
Mas quer saber? Saldo: positivo. De tanto que andamos, passamos em frente a uma loja maçônica que tinha duas esfinges na entrada. Vai por mim, ver isso no breu das quatro da manhã é bizarro. Uma delas piscou pra mim e sorriu, na ida e na volta. Juro que não foi a bebida que me fez ver coisas. Pode perguntar pro jacaré azul, ele viu também.
domingo, 19 de agosto de 2007
domingo, 5 de agosto de 2007
Nós
Sexta-feira fui ao show de lançamento do DVD da PLOC 80’s 2, no Circo Voador. Antes de entrar, já sabendo que ia passar a madrugada pulando e sem comer mais nada, fui saborear um espaguete lá no Nova Capela. Enquanto eu jantava eu tomava umas caipirinhas, e quero que você me prove que aquelas caipirinhas não levavam milho. Sério, parecia que eu estava bebendo suco de pamonha com limão, algo muito bizarro. Foram as caipirinhas com a receita mais estranha que já tomei: limão, cachaça, açúcar e curau.
Já que na TV passava um jogo de futebol que não me interessava nem um pouco, fiquei observando o ambiente ao meu redor e flagrei a cena: acredite em mim, esses senhores estavam sentados a duas mesas de distância um do outro, mas estavam conversando! O senhor à sua esquerda já estava lá, bebendo sozinho. O outro, o grisalho, à direita, chegou depois sozinho também e pediu uma bebida. O senhor da esquerda começou a falar algo, o da direita respondeu, eu sinceramente não entendia uma palavra sequer mas sabia que estava rolando um diálogo simpático, e mesmo assim ninguém se levantou de onde estava para sentar-se com o outro, e assim foi.
O senhor grisalho levantou-se, despediu-se do outro e foi embora. Imediatamente, o senhor da esquerda que voltou ao seu estado inicial de solidão, perdeu o sorriso que mantinha durante o diálogo, voltou a ter a expressão séria e imóvel de antes, deu um gole em sua bebida, e assim foi. Me diga você, então, o que é solidão?
Depois dali fui ao Circo Voador, mas por algum motivo falar do show parece já não caber aqui, agora. A minha caminhada solitária pela Lapa, as pessoas que vi, os trechos de frases que ouvi, os batuques, os ritmos, os gritos, os silêncios, as luzes e as escuridões, públicas e particulares... Tantas pessoas andando sem parar, outras em pé por horas, outras dormindo pelas ruas. Tantos shows e tanta desgraça, uma sensação de estar engolido pelo caos, por um pedaço de inferno na terra que, apesar disso, é tão atraente.
O espaguete ao sugo que comi estava ótimo. Das 5 caipirinhas que tomei (e que enriqueceram meus pensamentos naquela noite), as duas primeiras provavelmente tinham milho na receita, mas as outras 3 tinham algo difícil de dizer... Acho que elas tinham Lapa, tinham som, tinham pessoas fazendo mil coisas ou nada em especial, e tinham, especialmente, a mim naquela noite.
Eu estava lá, naquelas caipirinhas, no Circo Voador, na Lapa, no Rio de Janeiro, no Planeta, no universo, mas o mais importante, eu percebi que eu estava ali em mim. E foda-se se eu estiver sendo piegas, foi o que senti e é o que quero escrever aqui, pois foi exatamente assim.
E depois de muito cansado, fui para casa dormir, e dormi bem.
Já que na TV passava um jogo de futebol que não me interessava nem um pouco, fiquei observando o ambiente ao meu redor e flagrei a cena: acredite em mim, esses senhores estavam sentados a duas mesas de distância um do outro, mas estavam conversando! O senhor à sua esquerda já estava lá, bebendo sozinho. O outro, o grisalho, à direita, chegou depois sozinho também e pediu uma bebida. O senhor da esquerda começou a falar algo, o da direita respondeu, eu sinceramente não entendia uma palavra sequer mas sabia que estava rolando um diálogo simpático, e mesmo assim ninguém se levantou de onde estava para sentar-se com o outro, e assim foi.
O senhor grisalho levantou-se, despediu-se do outro e foi embora. Imediatamente, o senhor da esquerda que voltou ao seu estado inicial de solidão, perdeu o sorriso que mantinha durante o diálogo, voltou a ter a expressão séria e imóvel de antes, deu um gole em sua bebida, e assim foi. Me diga você, então, o que é solidão?
Depois dali fui ao Circo Voador, mas por algum motivo falar do show parece já não caber aqui, agora. A minha caminhada solitária pela Lapa, as pessoas que vi, os trechos de frases que ouvi, os batuques, os ritmos, os gritos, os silêncios, as luzes e as escuridões, públicas e particulares... Tantas pessoas andando sem parar, outras em pé por horas, outras dormindo pelas ruas. Tantos shows e tanta desgraça, uma sensação de estar engolido pelo caos, por um pedaço de inferno na terra que, apesar disso, é tão atraente.
O espaguete ao sugo que comi estava ótimo. Das 5 caipirinhas que tomei (e que enriqueceram meus pensamentos naquela noite), as duas primeiras provavelmente tinham milho na receita, mas as outras 3 tinham algo difícil de dizer... Acho que elas tinham Lapa, tinham som, tinham pessoas fazendo mil coisas ou nada em especial, e tinham, especialmente, a mim naquela noite.
Eu estava lá, naquelas caipirinhas, no Circo Voador, na Lapa, no Rio de Janeiro, no Planeta, no universo, mas o mais importante, eu percebi que eu estava ali em mim. E foda-se se eu estiver sendo piegas, foi o que senti e é o que quero escrever aqui, pois foi exatamente assim.
E depois de muito cansado, fui para casa dormir, e dormi bem.
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