Há muito tempo não posto algo pessoal aqui, e sei que provavelmente as mulheres que lêem esse blog vão me crucificar (aproveitem, em novembro desse ano faço 33), mas agora vai de qualquer jeito, tem que ir.
É madrugada de domingo pra segunda-feira, e agora ao olhar o relógio vejo exatamente 02:07 da madrugada. Eu já tinha tomado meu banho pra ir dormir, tinha terminado de fazer minha barba pra ir dormir, tinha terminado de escovar meus dentes pra ir dormir, mas fui tomado por uma vontade demoníaca de correr pro computador e escrever. A questão é simples: eu terminei meu último relacionamento. EU. Na segunda-feira de carnaval, eu decidi que era melhor por um fim num namoro que não estava me trazendo boas perspectivas (para o futuro próximo ou distante). Depois de tomar tantos pés-na-bunda federais, era eu quem finalmente decidira pelo fim, só pra ter a tristeza de descobrir as dores que acometem àquele que dá o pé-na-bunda, diferentes daquelas de quem o toma, claro, mas igualmente angustiantes. Vai por mim: igualmente angustiantes.
Não é toda hora que encontramos uma garota bonita, inteligente, engraçada e que te faz se sentir como se tivesse ganhado na loteria. Daí você acha essa garota, sente que ela desperta algo bom em você que nem você mais se lembrava que existia, e você conquista essa garota, e tudo vai dando muito certo... até que tudo começa a dar muito errado. Você percebe que pequenas (médias, grandes e imensas) coisas do dia-a-dia do seu relacionamento estão te irritando mais do que deveriam, que coisas que nem têm a ver contigo ou com a sua própria vida te ofendem, agridem sua concepção do "como deveria ser". Daí você se pergunta por que isso está te aborrecendo tanto, por que você está se deixando estressar por essas diferenças de ideais e de comportamento que, em situações parecidas, você um dia relevou. Daí você genialmente conclui que isso só pode significar que você não ama de verdade. Você gosta de verdade. Gosta muito. Mas amar? Não, não ama. Você se descobre incapaz de amar a garota que poderia ser a garota dos seus sonhos, e então você percebe que você tem um problema grande em suas mãos: você mesmo.
Nesse caso do parágrafo acima, o "você" sou eu, mas acho que vocês já tinham concluído isso sozinhos.
Sei que o rompimento foi doloroso pra ela, foi triste, e sei que ela faz questão de acreditar que pra mim não foi, que eu me livrei de um peso de algum tipo, ou que nunca gostei dela de verdade, mas a realidade eu afirmo (afinal sempre foi pra isso que usei meu espaço pessoal no blog): gostei muito dela de verdade, o rompimento me doeu pra caralho como nem eu esperava que fosse acontecer (como já disse, eu tô acostumado a levar os bilhetes azuis, não a entregá-los) e até agora estou quieto na minha, parado, sem clima pra sair pras baladas e nem pensar em outra (quanto tempo já tem isso? quase um mês?).
A parte mais cômica da história pós-fim de relacionamento é que enquanto eu dizia para o meu camarada que eu não conseguia sair pra night porque estava num tipo de período de luto, sem conseguir lidar comigo mesmo devido a todo o sofrimento que eu tinha causado em uma garota tão bacana, com um puta peso na consciência por tê-la decepcionado daquele jeito e como eu até ainda sentia falta dela, saudades vez ou outra, e tal, e coisa, etc., ora vejam só: ela já começara a sair com outro. Fico feliz por ela já tão prontamente ter conseguido partir pra outra e seguir adiante. Eu, confesso, ainda não consigo. Genial, não é?
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
HAHA...
...
Em resumo, a parada é a seguinte: quem entra na onda de se colocar no lugar do outro e medir o outro pelas suas próprias atribuições, pro bem ou pro mal, só se fode, pois você é você, o outro é o outro, todo mundo é cruel pra caralho com seja lá quem for se for o caso e ponto final. Eu fiz o que fiz por ter concluído que terminar um namoro no começo seria menos doloroso do que depois de um tempo mais longo, e ponderei que aquele sofrimento seria justificado por evitar um sofrimento maior para ambos no futuro. Realmente fiz o que achei certo. Errada foi a minha postura depois, mas tudo bem, eu sempre ando com um nariz de palhaço extra no bolso, ao lado do MP3.
Quanto ao título do texto, é o seguinte: que fígado que nada, o órgão com mais rápido poder de regeneração que existe é o coração feminino. Enquanto isso, leio um artigo que afirma que, de acordo com a medicina tradicional chinesa, o fígado é o verdadeiro órgão que regula as emoções. Pois então, dá licença que eu vou ali inaugurar minha garrafa de absinto e ver se acabo com esse filhadaputa.
Só pra constar, agora são 03:12.