Petrarco aproveitou o feriado no litoral, caminhou no litoral.
Sentou-se na areia, viu o mar, mas não conseguiu chorar como gostaria, como queria, não estava acostumado. O sal lhe ardia os olhos e o vento secava possíveis lágrimas antes que tivessem qualquer chance de ser. Ventava muito naquele dia. Talvez devesse ter ido de manhã cedo. Concluiu que era muito preguiçoso, ou pouco prático, ou talvez simplesmente não dependesse dele.
Respirou maresia demais. Observou as meninas que jogavam frisbee. Ali, sentado, ouvindo o mar e o vento - e amaldiçoando o vento -, Petrarco questionou-se se as pessoas são mais receptivas a quem senta do lado direito ou do lado esquerdo delas. Não achou resposta e achou completamente irrelevante saber se há alguma, não via uso pra isso.
Pra que tanto?
Apenas ficar quieto, boa opção, um descanso pelo tempo possível. Seu coração, no entanto, parece não descansar jamais. Percebeu que era hora de ir quando seu dono se levantou e lhe puxou pela coleira.